Mercadinho de brincadeira ensina educação fiscal a alunos da rede infantil de Sapiranga

Um carrinho de compras, embalagens vazias, uma maquininha de brinquedo e até cartões e cupons fiscais usados compuseram o cenário da EMEI Leopoldo Sefrin, em Sapiranga, para uma atividade lúdica que vai além da diversão. A proposta é ensinar noções de cidadania e consumo consciente desde a primeira infância.

A ação faz parte do programa de Educação Fiscal do município, desenvolvido em parceria pelas secretarias de Educação e de Administração Fazendária. Desde 2020, o Grupo de Educação Fiscal organiza ações semestrais nas escolas, com propostas adaptadas para cada faixa etária. Neste primeiro semestre de 2025, o tema geral é a criação de um jingle.

Porém, na EMEI Leopoldo Sefrin, a proposta foi adaptada à realidade dos pequenos do Maternal 2B, que ainda estão dando os primeiros passos no mundo das palavras. A solução foi transformar a educação fiscal em brincadeira com a criação de um mercadinho simbólico.

“A ideia é propor a educação fiscal a partir de brincadeiras. Então criamos esse mercadinho com produtos, caixas registradoras, maquininha, cartões usados e cupons fiscais. E ali eles se envolveram demais. Eles brincam diariamente dentro da sala, e isso também mobiliza as demais turmas” conta a coordenadora pedagógica da escola, Cristiane Oliveira.

A vivência também conecta as crianças com o cotidiano fora da escola. Segundo a supervisora de Educação Infantil do município, Luciane Hartmann, muitas atitudes que elas reproduzem vêm da observação em casa. “Eles frequentam os mercados com as famílias, então já pegam os cartões de crédito e querem inserir na maquininha, fazem o barulhinho. Eles ouvem muito falar em pix, então brincam de comprar, passar o cartão e pedir a nota”, relata.

Educação fiscal desde cedo

A proposta de ensinar educação fiscal ainda na infância parte de uma visão mais ampla sobre a formação cidadã. Supervisora da Smed e integrante do Grupo de Educação Fiscal, Angela Cristiane Schutz destaca que a equipe atua de forma colaborativa e com planejamento anual.

No ano passado, criamos um kit de jogos da memória com a turma do Fiscalito, nosso mascote, que foi entregue às escolas agora. E neste ano cada escola trabalha a criação de um jingle. Mas o mais importante é que isso só acontece porque as equipes diretivas das escolas abraçam e se engajam. “Educação é vida, está sempre em movimento”, afirma a supervisora. 

A coordenadora Cristiane reforça que o impacto dessa vivência não se limita ao momento da brincadeira. “É muito bonito de ver, porque eles são a base. Quando chegarem ao Ensino Fundamental, já terão outra visão.”

E, como forma de incentivo extra para as turmas participantes, a criação do jingle também envolve um prêmio. Segundo Rafael Vidal, também membro do grupo, a turma vencedora receberá R$ 5 mil, valor que costuma ser usado em passeios. “Essa é mais uma maneira de valorizar a participação dos alunos e das escolas, mantendo o foco no aprendizado significativo”, conclui.

Destinação dos impostos

Na última semana, a Emef Maria Emília também realizou dinâmicas especiais. A diretora da Tesouraria da Prefeitura de Sapiranga, Morgana Martins, conversou com os estudantes de Jardim sobre a importância dos impostos e do papel do cidadão na fiscalização e no bom uso do dinheiro público.

Morgana explicou, com exemplos do cotidiano, como os tributos arrecadados são fundamentais para manter serviços essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura. As crianças também aprenderam sobre a importância de pedir nota fiscal e de incluir o CPF na notinha, uma atitude simples, mas que contribui diretamente para o retorno de recursos ao município.

Para Angela Schutz, o objetivo central é formar cidadãos conscientes, desde cedo. “Cada criança precisa entender que é um cidadão, com direitos e deveres. Quando crescer, vai comprar coisas, pagar impostos, e saber que é assim que se investe até em uma pracinha. Hoje Sapiranga tem uma arrecadação que poderia ser melhor, mas muita gente sonega. Por isso é tão importante ensinar desde já a pedir nota fiscal”, finaliza.

Fonte: Grupo Sinos, ABC+